Vamos esquecer os primeiros 45 minutos, em que os times tiveram pouquíssimas e reais chances de marcar. Não que tenha sido horrível, mas digamos que tenha sido apenas razoável. Dito isto vamos para o segundo tempo de Palmeiras 1 x 0 Corinthians – este sim foi um jogo digno da história quase centenária das duas grandes equipes: muita disputa, emoção, cerca de 40 mil pagantes e um herói ao final do derbi disputado na arena verde.
O herói foi Cleiton Xavier, que entrou no intervalo, porque o Palmeiras não conseguia segurar a bola em seu ataque.
Herói porque pouca gente acreditava que ele poderia ser útil ao clube em seu retorno, marcado por um longo período de contusão. Nem bem entrou, aproveitou o rebote do goleiro Walter, após um chute de Moisés, para tocar de cabeça. Gol.
O resultado pôs fim a série de quatro vitórias do velho rival de 99 anos no campeonato. Melhor que isso para os alviverdes: o Palmeiras completou sua terceira vitória consecutiva e avançou para a vice-liderança do Brasileiro, apenas um ponto atrás do Internacional.
Mas, se ao invés do gol de Cleiton Xavier, fosse o Corinthians que tivesse marcado logo na sequência, num chute de Cristian, que raspou o travessão de Fernando Prass? Ou no chute de Guilherme que, caprichosamente, foi à trave e voltou às mãos do goleiro alviverde?
Aí, com certeza, seriam os corintianos que teriam o domínio da etapa final, usando contra-ataques e colocando em perigo o gol adversário, como no lance em que Yago salvou o segundo gol palmeirense, com Walter já batido na jogada.
Mesmo sem muita coordenação, o Corinthians ainda tentou o empate até o último dos 50 minutos que durou a partida.
Bola levantada na área e o zagueiro Felipe subiu com Thiago Santos e Fernando Prass, cometendo falta. Na sequência com o jogo já paralisado, o ataque corintiano chutou para o gol. Não valia nada.
Restou o choro de Felipe, que se despediu do Corinthians. Ele vai para o futebol português, com um gosto amargo na boca.
(Com participação de Roberto Salim.)